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Conheça os três principais transtornos alimentares e saiba como tratá-los

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14/03/2022
4 min. de leitura

Quando uma refeição, um prato ou um alimento são acompanhados por sentimentos de culpa, é hora de ficar alerta. Afinal, esse é um dos indícios dos transtornos alimentares, que podem levar a problemas graves desencadeados, muitas vezes, pelo que se pensa em relação à comida e à conduta alimentícia.

Ainda que se desconheça sua causa exata, pesquisadores acreditam que os transtornos alimentares são causados por uma interação complexa de fatores, incluindo genéticos, biológicos, psicológicos e sociais.

Mais comuns nas mulheres, eles aparecem de forma frequente durante a adolescência e a idade adulta, mas também podem se desenvolver durante a infância ou em fases mais maduras da vida, afetando a capacidade do corpo para conseguir uma nutrição adequada e até mesmo provocando doenças cardíacas ou renais.

A nutricionista Bárbara Munari explica os três transtornos alimentares mais comuns:

  • Anorexia: ocorre quando a pessoa restringe muito o consumo de alimentos. "Ela faz uma restrição alimentar severa e começa a baixar de peso muito significativamente. Tem uma distorção da imagem corporal e muito medo de ganhar peso. Ela já está muito magra, mas não está se vendo dessa forma, ainda se vê acima do peso e quer emagrecer mais", diz Bárbara.
  • Bulimia: nesse caso, a pessoa costuma estar com peso normal e, às vezes, um pouco acima do peso. Ela tem uma forte distorção da imagem corporal forte e, eventualmente,  episódios de compulsão alimentar. "Para compensar essa compulsão alimentar, que foi um exagero alimentar, ou algum alimento que ela comeu e julga que engorda, ela 'compensa' vomitando, fazendo exercícios exageradamente, de forma disfuncional, ou usando medicamentos que provocam diarreia", explica Bárbara.
  • Compulsão alimentar: pessoas que têm compulsão alimentar comem uma quantidade de alimento muito maior do que a maioria das pessoas e costumam ter a sensação de falta de controle. Elas se sentem extremamente cheias e podem passar mal devido ao excesso de alimentos ingeridos. "Nesses episódios de compulsão, as pessoas também comem muito rápido, mais rápido do que o normal, até se sentirem muito cheias. Elas comem exageradamente grandes volumes de alimentos. Às vezes, elas comem sozinhas, por vergonha do que estão comendo", diz a nutricionista.

Você reconhece algum destes sintomas? É momento de buscar apoio profissional. "É muito importante, ao qualquer um destes sinais, buscar ajuda de um psicólogo, psiquiatra ou nutricionista. Muitas pessoas não admitem que estão com um problema ou que tem algum transtorno alimentar e vão deixando isso de lado, enquanto o quadro piora e se torna mais difícil de tratar", explica Bárbara.

Sinal vermelho para as dietas restritivas

Um dos cuidados que a nutricionista sugere manter para evitar os transtornos alimentares é permanecer em alerta em relação às dietas restritivas. "Se a pessoa quer emagrecer, seja pelo motivo que for, há vários tipos de dietas (low carb, jejum intermitente, dieta dos pontos) com uma restrição alimentar, que seria deixar de comer carboidrato, restringir calorias e até passar fome. Isso é um dos principais motivos que levam as pessoas a desenvolverem um dos três transtornos alimentares que mencionamos aqui. Se você quer emagrecer, procure um nutricionista. Não faça por conta, ou não faça o que as blogueiras estão falando. Busque um profissional competente. Precisamos prevenir que as pessoas façam dietas restritivas", afirma a nutricionista.

Tratamentos

Os tratamentos para os transtornos alimentares são adaptados às necessidades de cada pessoa. De acordo com a nutricionista, eles devem ser realizados por uma equipe multidisciplinar que inclui nutricionista comportamental ou especialista em transtorno alimentar, psicólogo especialista em terapia cognitivo comportamental e psiquiatra. "É importante buscar por profissionais especialistas nesse assunto, uma nutricionista que entenda do tema, porque a estratégia a ser tomada, se não for adequada, pode piorar o quadro", afirma Bárbara.

Os tratamentos podem incluir:

  • Psicoterapia: a terapia individual pode incluir enfoques cognitivos de conduta que ajudem a identificar e mudar os pensamentos negativos sobre a comida. Também ajuda a mudar padrões de comportamento.
  • Monitoramento médico: inclui o tratamento das complicações que podem ser causadas pelos transtornos alimentares.
  • Acompanhamento nutricional: o nutricionista ajudará a comer de maneira saudável para alcançar e manter o peso.
  • Medicamentos: em alguns casos, medicamentos como antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores de humor podem ajudar no tratamento de transtornos alimentares severos e amenizar os sintomas de depressão e de ansiedade que podem estar associados aos transtornos.

Algumas pessoas com transtornos alimentares graves podem precisar de internação hospitalar. Por isso, a nutricionista Bárbara chama a atenção para a necessidade de iniciar o tratamento o quanto antes, para evitar o agravamento do quadro. Se você tem algum amigo ou familiar com transtorno alimentar, é importante incentivar que a pessoa busque ajuda.

"Não invalide, não diga que isso é qualquer coisa. Sugira que ela busque tratamento médico. Muitas vezes, é recomendado que o familiar participe da psicoterapia, para entender o ambiente no qual ela vive e dar estratégias sobre como lidar com o transtorno. Muitas vezes, quem está de fora pode sugerir um texto, uma reportagem, um perfil no Instagram ou conteúdo para a pessoa se identificar e entender de que precisa buscar ajuda", orienta a nutricionista.

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