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Fobia social: entenda o que é e quando é hora de buscar ajuda

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11/11/2021
4 min. de leitura

Sentir medo ou timidez em determinadas situações é uma característica normal de todo o ser humano. No entanto, quando esses sentimentos passam a interferir na vida de uma pessoa, é preciso ter mais cuidado. Medo ou ansiedade excessivos em situações de exposição social, como  temer muito ser julgado de forma negativa pelas pessoas ao redor, são sintomas de fobia social - também conhecida por transtorno de ansiedade social.

Indivíduos acometidos por esse transtorno geralmente sentem dificuldades em manter interações sociais, como iniciar uma conversa, encontrar um grupo de pessoas, ser observado ao comer e beber e administrar uma palestra ou aula. Esses tipos de interações, que podem parecer muito comuns do nosso cotidiano, são enfrentadas com muito sofrimento por pessoas que têm fobia social, causando grandes impactos na vida afetiva, acadêmica e profissional desses indivíduos. 

De acordo com psicóloga Maisa dos Santos Rigoni, professora do Curso de Graduação em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), um portador do transtorno pode, por exemplo, perder emprego, amizades, se afastar de familiares e evitar fazer atividades que impliquem contato com outras pessoas. “Esse transtorno acaba tornando as pessoas mais vulneráveis, inseguras, que frente a situações sociais e/ou escolares, por exemplo, sentem como desagradáveis e isso faz com que queiram evitá-las a todo custo”.

Ela explica que a ansiedade social não é uma condição eventual, visto que é uma problema que está muito presente na vida da pessoa, no mínimo há seis meses. “Causa sofrimento significativo na vida do sujeito, afetando a parte profissional, social e em áreas importantes da vida da pessoa. Ela vai restringindo cada vez mais seus contatos e oportunidades”.

Causas

A fobia social pode começar na infância e estender-se para a vida adulta. Segundo a Maisa, há anos a fobia social é apontada como um dos transtornos mais comuns na infância. Ela explica que esse transtorno, muitas vezes, pode estar relacionado a uma vivência negativa e intensa do passado, como uma situação de exposição, humilhação e constrangimento intenso. Além disso, pessoas que são muito tímidas, que ficam nervosas ou ansiosas com mais facilidade, podem ter uma propensão maior à fobia social. O bullying é outro fator que pode causar ansiedade social.

Por isso, conseguir detectar sinais e sintomas já na infância é fundamental para obter um tratamento precoce e adequado. “O importante é quando a pessoa perceber o menor sinal de que está ficando receosa perante o contato com os demais, ela deve procurar ajuda de um profissional que está habilitado a avaliar e trabalhar estas questões”.

Principais sintomas

Primeiro, é preciso entender e diferenciar o medo, que é um mecanismo de defesa e sobrevivência natural do ser humano, da fobia. De acordo com a psicóloga, o medo precisa estar calibrado para nos auxiliar em determinadas situações.

O medo é aquele sentimento que prepara nosso corpo para situações que demandam perigo, como . “Se o medo for excessivo, desproporcional, ele pode nos paralisar. Aí já estamos falando da fobia, que é um medo específico e intenso, muitas vezes irracional, que paralisa”, esclarece.

Quando o portador de fobia social passa por situações que demandam interação com outros indivíduos, ele pode apresentar sintomas como medo de ser ridicularizado e julgado de forma negativa. Além disso, também podem ocorrer sinais e sintomas característicos de ansiedade intensa, como:

  • tontura;
  • tremedeira;
  • náusea;
  • transpiração excessiva;
  • aumento do ritmo cardíaco;
  • dificuldade para respirar e falar;
  • problemas estomacais.

“Cada sujeito pode apresentar sinais diferentes. Quanto mais intenso for o medo e a ansiedade, mais a pessoa vai apresentar sintomas (...) Em geral, a pessoa evita as situações sociais, e, quando não consegue evitar, ela suporta com muito sofrimento”, aponta Maisa.

Nas crianças, os sintomas mais perceptíveis são o  incômodo, o medo de interação e contato com outras pessoas, desencadeando crises de choro e de raiva.

Buscando ajuda

O tratamento para a fobia social, assim como qualquer outra condição que leve a sofrimento psíquico, requer a ajuda de um profissional. No caso da ansiedade social, a psicóloga enfatiza que quando o portador começa a restringir sua vida, como seus relacionamentos, se afastando dos familiares e amigos, é indicativo de que o auxílio de um profissional torna-se necessário. Em determinados casos, no entanto, o indivíduo pode não conseguir buscar ajuda sozinho, sendo necessário o suporte de pessoas próximas, salienta a profissional.

A psicoterapia é o principal meio de auxiliar as pessoas. Com a ajuda de um profissional habilitado, o objetivo é fazer com que o paciente reconheça a existência e a origem dos pensamentos negativos que o cercam, do medo de ser julgado. “Na psicoterapia, a pessoa vai precisar entender a existência, a origem desses pensamentos negativos que ela tem, e aprender a lidar com isso, principalmente perceber que ela não está sendo julgada o tempo todo, que a ansiedade e o medo fazem parte, e podem ser enfrentados”, destaca Maisa.

Além disso, para alguns pacientes, o tratamento psicoterápico pode ser combinado com o uso de medicamentos psicofármacos. Cabe ressaltar que a indicação de medicamentos deve ser sempre prescrita por um profissional.

A psicóloga reforça que somente a medicação não irá resolver o problema. “A medicação vai diminuir os sintomas, mas não vai tratar a causa da ansiedade social. As duas coisas precisam estar alinhadas para que a pessoa consiga resolver a situação e ter qualidade de vida, ter uma vida social saudável”.

A Panvel em parceria com a Vittude, oferece o serviço de terapia online. Você tem acesso a psicólogos das mais diversas abordagens em todo o país, para falar o que sente e se permitir ser cuidado.

Fonte: Infohealth

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