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A importância da inclusão das crianças com síndrome de Down

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22/03/2023
4 min. de leitura

Os primeiros anos de vida são repletos de descobertas. É nesta fase que as crianças estão mais abertas a novas experiências e aprendem a maior parte das habilidades sociais e emocionais que serão colocadas em prática ao longo de toda a vida. Por isso, nada mais justo que a inclusão também comece desde cedo, permitindo aos pequenos aprender, trabalhar e conviver com pessoas diferentes de si mesmos. 

A pediatra e infectologista pediátrica Cristiana Meirelles, especialista em Síndrome de Down, explica que ter contato com a diversidade na infância é extremamente importante para as crianças em geral, pois ajuda a promover a compreensão, a empatia e a tolerância. “Quando as crianças são expostas a pessoas de diferentes culturas, origens e habilidades, elas têm a oportunidade de aprender sobre diferentes perspectivas e modos de vida, o que pode ajudá-las a desenvolver uma visão mais ampla e inclusiva do mundo”, diz a médica. 

Crianças com síndrome de Down 

Ao contrário do que se costuma pensar, a inclusão da criança com síndrome de Down começa bem antes do ingresso na escola. “Começa no momento do nascimento de um bebê com trissomia do cromossomo 21 (T21). É um percurso inclusivo que começa em casa, na família, e se estende à comunidade: escola, igreja, clube, parques, trabalho etc”, explica Cristiana.[Quebra da Disposição de Texto] 

Ao longo da história, houve períodos em que as crianças com síndrome de Down permaneciam em casa ou em instituições de pessoas com deficiências. Felizmente, esse cenário mudou: elas estão inseridas na sociedade, exercendo seu papel como cidadãs. 

“A inclusão é extremamente importante para garantir que as crianças com T21 tenham as mesmas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento social que as demais. Além disso, ajuda a combater o estigma e a discriminação que muitas vezes acompanham a síndrome e permite que as crianças com essa condição sejam valorizadas como indivíduos únicos e valiosos”, afirma a especialista.  

Inclusão na escola 

Cristiana também afirma que a escola deve valorizar a diversidade e não só respeitá-la, não esquecendo ainda que, dentro do grupo de crianças com T21, também há inúmeras diferenças e não se deve generalizar um comportamento e criar estereótipos. 

“A aprendizagem cooperativa é fundamental na educação infantil seguindo ao longo do ensino fundamental e médio. Ou seja, as crianças aprendem umas com as outras. A acessibilidade é o pré-requisito e a convivência é a chave para a inclusão”, explica. 

De acordo com a pediatra, a inclusão das crianças com síndrome de Down pode ocorrer de diversas maneiras, sempre considerando a idade e as necessidades individuais. 

Veja algumas dicas para os pais: 

  • Procurar escolas e atividades que valorizem a inclusão 
  • Garantir que a criança tenha acesso a recursos e suportes que possam ajudá-la a aprender e desenvolver habilidades sociais 
  • Trabalhar em estreita colaboração com educadores e profissionais de saúde para garantir que as necessidades da criança sejam atendidas 

“Na escola, não há homogeneidade de desenvolvimento neurológico, cognitivo e social, de aprendizagem e conhecimento, de contexto de vida e de recursos, nem entre indivíduos ditos típicos, nem entre os atípicos. Por isso, o ensino não pode ser engessado e igual para o grupo, dirigido a todos da mesma forma”, diz Cristiana. 

Todas as crianças têm direito à educação, e para garanti-lo, são necessárias estratégias diferentes e individualizadas que ofereçam a cada aluno ferramentas para que ele aprenda da sua forma e na sua velocidade o conteúdo pedagógico. 

“É muito importante que haja interação frequente entre escola, família e equipe de saúde (médicos e terapeutas) da criança com T21. Para que o aprendizado ocorra da melhor forma”, aponta a médica. 

Saúde da criança com síndrome de Down 

Para garantir a inclusão, é preciso que a saúde física e mental da criança com síndrome de Down estejam em dia. As consultas com pediatra devem ser regulares para avaliação da função da tireoide, alimentação, possíveis distúrbios do sono, alterações intestinais, deficiências auditivas e visuais, dentre outros tópicos, que podem interferir diretamente no rendimento da criança na escola. 

Além disso, a família precisa se empoderar e se capacitar para ajudar neste processo, utilizando as rotinas diárias e recursos da comunidade como meios de colocar na prática teorias ensinadas na escola. 

A médica destaca o papel da criatividade para despertar nas crianças com síndrome de Down o desejo de aprender. É preciso que o ambiente escolar seja interessante e inspirador.  

“Na síndrome de Down, pode haver dificuldade de memória de curto prazo, linguagem verbal, funções executivas e atenção. Desta forma, princípios pedagógicos diversos e estratégias de motivação são muito bem-vindos. Variar o espaço, dispor de recursos visuais, realizar atividades práticas e utilizar materiais concretos são alguns exemplos de métodos para potencializar o aprendizado”, sugere Cristiana. 

A especialista também afirma que é preciso acreditar e dar oportunidades às crianças com síndrome de Down, já que o maior desafio da educação inclusiva não é o momento de entrar na escola, e sim o de “sair da escola”.  

“A criança estará mais feliz? Mais capaz? Com mais autonomia e conhecimento? Se sim, o papel desta instituição foi cumprido!”, afirma. 

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